sexta-feira, junho 24, 2016

Cadernos da Literatura Brasileira

          O IMS (Instituto Moreira Salles) desde Julho do ano passado disponibiliza em formato digital uma seleção de cadernos para consulta e leitura aos amantes da literatura brasileira. 
          Os Cadernos de Literatura Brasileira começaram a ser produzidos pelo IMS em 1996, destacando a pluralidade de vozes e tradições da prosa e da poesia (veja os volumes disponíveis à venda na Loja do IMS). 
     Em 16 anos, 27 Cadernos foram impressos, apresentando ensaios, depoimentos, entrevistas, manuscritos inéditos e registros fotográficos acerca dos escritores. 

Confira alguns abaixo:

Ariano Suassuna

João Gumarães Rosa

Millor Fernandes

Rubem Braga

Hilda Hilst

João Cabral de Melo Neto

Ferreira Gullar

CLB 10 ANOS

sexta-feira, junho 03, 2016

O que é ser MULHER e MÃE no Brasil?

Hoje o post é sobre um ato decorrido com uma amiga e sobre o fato de "progresso de nosso país" e seu povo? Bem, eu não diria nada que a querida Mariana Pérez não pudesse expressar melhor sobre a condição de ser MULHER e MÃE num país cheio de hipocrisia e sem educação.

SER DIFERENTE É NORMAL
Mariana e seu Filho Lucas na URCA.



A gente percebe que a pátria educadora ainda está muito longe da realidade pretendida para ela quando se depara com inúmeras situações de flagrante desrespeito e preconceito nos corredores das universidades.

Sou aluna da Universidade Regional do Cariri há quase 06 anos, período este que usei para me graduar e dar início a um curso de Especialização. E durante este interstício, eu e a minha mãe (que também é estudante da URCA) já experimentamos algumas situações constrangedoras que se deram em ocasiões em que tivemos de circular pelos corredores da Urquinha (como eu carinhosamente gosto de chamá-la) na companhia do meu filho, um rapazinho que hoje conta com 06 (seis) anos de idade e sofre do Transtorno do Espectro Autista (um transtorno do desenvolvimento global que afeta milhões de brasileiros em todos os rincões e classes sociais desse país).

No início da noite de hoje estava nas dependências da universidade e quando me preparava para deixá-la resolvi comprar um lanche para o meu filho numa lanchonete localizada dentro do Campus do Pimenta, como forma de recompensá-lo pelo comportamento (que para os seus padrões havia sido muito bom) e de mantê-lo calmo no trajeto para casa (é que um dos seus muitos comportamentos compulsivos está ligado à comida). Nesse ínterim tive dificuldade em explicar-lhe que eu não poderia comprar todos os petiscos que ele gostaria (que por ele seriam todos!).

Acontece que uma das muitas limitações impostas ao meu filho, que sofre de autismo clássico (severo), foi a do não desenvolvimento da fala. De modo que ele não consegue expressar-se verbalmente e, tampouco, compreende quando nós (minha família – seus cuidadores) tentamos explicar-lhe que nem tudo que ele deseja pode ser feito e que muitos dos seus comportamentos são socialmente inaceitáveis. A maior parte das vezes ele simplesmente não compreende o que tentamos transmitir-lhe através da fala.

Na ocasião em comento, meu filho lançou-se ao chão e eu optei por esperar que ele se acalmasse um pouco antes de tocar-lhe, ele poderia estar sofrendo um episódio de overdose sensorial, fruto da desorganização sensorial que afeta os indivíduos autistas e além da frustração acarretada pelo “não!” que ele acabara de ouvir da mamãe, ele poderia estar se sentindo mal (sentindo, inclusive, dor física) pelo excesso de estímulos fornecido pelo local em que se encontrava. Eu sabia que se o pegasse no colo imediatamente ele iria gritar (muito e muito alto!). Não queria estressá-lo ainda mais, nem incomodar os debates e as conversas (que eu julgava que fossem edificantes) dos acadêmicos que lá se encontravam. O irônico é que as conversas que eu não queria atrapalhar podiam ser justamente a fonte do barulho que o atormentava. Esperei alguns segundos, enquanto ele pressionava suas mãos contra suas duas orelhinhas, o peguei pela mãozinha e estávamos indo embora quando ouvi um disparate.

Uma das mesas da referida lanchonete estava repleta de alunos do curso de Ciências Biológicas. E uma aluna dirigiu-me, indiretamente, os seguintes dizeres enquanto eu passava: Isso é falta de educação doméstica. A mãe, que não tem educação, não sabe educar o filho. Ao que o colega da indigitada acadêmica responde: Se fosse meu filho dava-lhe umas tapas pra aprender a se comportar.

Como mãe, sei que as pessoas que questionam uma possível omissão na educação dos rebentos alheios são as mesmas que não empregam nenhuma porção de ATP (adenosina trifostato – energia celular – vamos falar a língua dos colegas), por mais ínfima que seja, na tarefa que é só sua e cujo desempenho, curiosamente, se acham no direito de julgar. E compreendo que só descobre a complexidade do desafio que é verdadeiramente educar alguém, quem se dispõe a experimentar o sabor da maternidade ou paternidade. Sei também que o processo dialético que proporciona infinitos aprendizados decorrentes do exercício dessa missão divina (a do ser mãe e/ou pai) só se aperfeiçoa quando o indivíduo se propõe a viver a maternidade ou paternidade na concepção moderna dos termos, sendo emocionalmente presente. De modo que, o que se há de discutir com alguém que sequer experimentou as delícias e agruras deste ofício?

É bem verdade que essa não foi a primeira e sei que infelizmente não será a última vez que passarei por situações semelhantes. Ocorre que em todas as tantas outras vezes escolhi me calar. Mas como nem só de atos comissivos vive o pecado, resolvi não me arriscar a pecar por omissão. Mesmo porque é extremamente alarmante que situações como a que relato se dêem dentro de um “templo do saber”, local que as pessoas supostamente procuram a fim de se libertar da ignorância e do preconceito. Me deixa profundamente irrequieta ouvir comentários assim nos mesmos corredores em que indivíduos como os que agrediram a mim, enquanto mulher/mãe, e ao meu filho, enquanto ser humano/deficiente, bradam seus discursos hipócritas sobre igualdade (inclusive no trato para com pessoas deficientes) e empoderamento feminino (que não converge de modo algum com ataques decorrentes de comentários capciosos e depreciativos a uma mulher enquanto indivíduo e mãe).

Mas a falta de educação doméstica (que na verdade foi SUA, colega “da Biologia”) que implicou na agressão desferida contra nós não é algo inerente ao curso frequentado pelos nossos ofensores de hoje. Já vivi uma situação semelhante em que o envolvido era um aluno do curso de Enfermagem (um futuro profissional da área da saúde! Pasmem!) e no próprio curso que frequentei nessa instituição de ensino que eu tanto amo (o curso de Direito). Nas bandas do Campus São Miguel todo mundo sabe invocar prontamente o princípio da dignidade da pessoa humana, mas nem todos são capazes de compreender a carga axiológica do referido princípio, tampouco se preocupam em assegurar-lhe eficácia nas incontáveis oportunidades que todos os dias a própria vivência em sociedade lhes proporciona. Quantos olhares de reprovação não me fuzilaram ao longo dos anos pela “falta de educação doméstica” do pequeno exemplar de autista que vive aqui em casa! Situações assim são corriqueiras na vida de quem convive com o autismo, elas se dão nas filas dos bancos, nos supermercados, parquinhos, praças. E entre os agressores estão todos os mais variados tipos de personagens. Por vezes até pessoas muito instruídas e do nosso convívio pessoal nos machucam com “pérolas” como esta. Mas a enorme frequência com que elas ocorrem não faz com elas se tornem mais aceitáveis.


Como a condição dos autistas não está evidenciada nos traços da sua face, ao reverso do que ocorre, por exemplo, com os portadores da Síndrome de Down, ou pessoas que sofrem de paralisia cerebral, os ataques que se concretizam por meio de olhares cortantes de reprovação e comentários desencorajadores dirigidos a esses indivíduos e seus familiares são absurda e revoltantemente recorrentes. Mas é aí que entra aquela máxima: Se não quer ajudar, não atrapalhe. E se quiser pôr a gentileza em prática, mas não sabe como, pergunte como pode fazê-lo.
Sei que a agressão que eu e meu filho sofremos é fruto da falta de informação, mas ela reside também na falta de educação doméstica (o mesmo atributo que a colega me acusou de não possuir) e do despreparo para viver em sociedade. Longe de mim pretender educar o mundo ou mesmo instruí-lo, posto que sou detentora de poucos saberes. Mas não custa lembrar que as estatísticas de países como os Estados Unidos, que já encaram o autismo como uma questão de saúde pública e desenvolvem protocolos de tratamento muito mais modernos que os dos quais dispomos por cá, indicam que 1 em cada 68 crianças nascidas tem autismo. Nas bandas da nossa pátria educadora, salvo engano, esse número é de 1 criança em cada 88. São milhões de pessoas vivendo limitações semelhantes, sendo elas maiores ou menores que as do meu filho. E isso quer dizer que os colegas que nos agrediram possuem grandes chances de esbarrar por aí com muitas pessoas que se encontram na mesma condição que o meu Lucas.



Assim, seguem os seguintes conselhos: Esqueça o que a novela da Rede Globo te “ensinou” sobre autismo, desligue um pouco a televisão, vá ler um livro e, sobretudo, fomente o empoderamento feminino exercitando a infinita educação doméstica da qual você se gaba respeitando sua semelhante de gênero e mate a sua mãe de orgulho (exercitando aquele monte de educação que a sua fala me leva a crer que ela te deu!) escolhendo calar quando surgir novamente a oportunidade de criticar a “criancinha birrenta” ao seu lado (ela pode ser autista e “a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.”). Vocês, colegas estudantes que nos agrediram, gastem mais tempo estudando sobre as mitocôndrias que vocês herdaram das suas respectivas mães, em vez de empregá-lo no cálculo de sucesso alcançado pelas mães dos outros no exercício da maternidade. E no mais, ficam aqui os avisos aos navegantes deste mundo ainda tão cruel: espaços públicos podem e devem ser frequentados por todos e em eventos futuros as providências cabíveis poderão ser tomadas dentro e fora do âmbito da Universidade. Mas vamos também buscar inspiração nesse arco-íris lindo que estampava o céu hoje a tarde (curiosamente, minutos antes do acontecimento aqui relatado...) e vamos buscar a reconciliação com as diferenças. Ser diferente é normal.



Via: Literaprosia: SER DIFERENTE É NORMAL:             

domingo, maio 29, 2016

Filme do Desassossego, João Botelho

Acabei de encontrar uma coisa fascinante sobre Fernando Pessoa, Do cineasta português João Botelho, o "Filme do desassossego" (2010), baseado no " Livro do Desassossego, de Bernardo Soares.


"O Livro do Desassossego é uma das maiores obras de Fernando Pessoa. É assinado pelo semi-heterónimo Bernardo Soares. A obra literária é livro fragmentário, sempre em estudo por parte dos críticos pessoanos, tendo este interpretações díspares sobre o modo de organizar o livro."

sexta-feira, maio 27, 2016

Desenho estudo III by Wagner Pontes

Acho que já fiz alguns posts dizendo que voltei a desenhar/praticar então aqui vai mais dois que fiz há um tempo e não coloquei aqui.

Japa girl. Feito a nanquim 0.2 por Wagner Pontes

segunda-feira, maio 23, 2016

Resenha "Enquanto Agonizo" de William Faulkner publicado no Menos1 na estante

Participando como colaborador de Resenhas no lindo blog/site da jornalista Márcia Lira MENOS 1 NA ESTANTE comecei com o Enquanto Agonizo de William Faulkner. Entra no link aqui.


Por que ler um clássico?
Não é um simples clássico da literatura Norte-Americana, mas considerado um dos cem melhores romances em inglês do século XX, pelo júri especializado da editora Modern Library (atual Random House).
Enquanto Agonizo, de William Faulkner, é um dos seus romances (o 5º de dezessete) mais ousado na linguagem. Ele decidiu escrevê-lo em oito semanas “sem mudar uma palavra”.
E antes de começar a escrever disse a si mesmo: “Eu vou escrever um livro graças ao qual, em caso de necessidade, eu possa me manter ou cair se eu nunca tocar na tinta de novo”.
Foi publicado em 1930 (depois da Grande Crise de 29), onde vemos a decadência, os sofrimentos e as angústias de uma pobre família rural vivendo após a crise.
O pai disse que farinha e açúcar e café custam caro demais. […] Por que farinha e açúcar e café custam caro quando se é um garoto do campo?” (pag. 59).
Faulkner gostava de dizer do que se tratava o romance, sobre “o problema do coração humano em conflito consigo mesmo”.
O estilo
O leitor perceberá que a história da família Bundren é uma odisseia sem fim. Num primeiro momento, para quem não está habituado com o tipo de escrita de Faulkner, muito influenciado por James Joyce com o fluxo de consciência, pode achar meio confusa/hermética. Já que, o romance é composto pela voz/visão de cada personagem (15 ao todo).
Em alguns momentos a história pode parecer meio vaga a cada capítulo, fazendo o leitor voltar às páginas para reler e vê se não deixou passar algo. 
Como no capítulo de Cora (a vizinha), vemos a personagem falar do filho de Addie Bundren, o Jewel, que é muito mimado pela própria mãe e ganancioso ao ponto de pensar somente em si quando se trata de ganhar dinheiro, diferente dos irmãos que ficariam do lado da mãe até ela morrer:
[…] mas pensar que aquele rapaz, Jewel, vendo todos esses anos de abnegação […]Mr. Tull diz que Mrs. Bundren amava menos Jewel que os outros, mas eu é que sabia a verdade.Eu sabia que ela tinha uma queda por ele, porque via nele a mesma qualidade que a fazia suportar Anse Bundren quando Mr. Tull disse que ela deveria tê-lo envenenado – por três dólares, negando à mãe o beijo de despedida. (pag. 23).
E entendemos no capítulo de Dewey Dell (a irmã de Jewel também filha de Addie Bundren), ficamos ou pensamos com a pulga atrás da orelha sobre Jewel ser ou não filho de Anse Bundren. E de quem Jewel seria filho, algo a ser descoberto quase no fim do livro:
E Jewel não liga para nada, nem mesmo para a família, como se não fizesse parte dela.” (pag. 27).
No entanto, o leitor verá que a história é tão bem construída como um caleidoscópio, em que as vozes se juntam aos poucos, utilizando-se de flashbacks para relevar a história real. O que nos prende do começo ao fim. Querendo saber o final do enredo.

Anse Brunden (pai da família Bundren) personagem rabiscado por Wagner Pontes durante a leitura.
História
A história é sobre a saga/odisseia da pobre família Bundren, narrada pelos próprios membros da família e pelos vizinhos da região, com o objetivo principal de cumprir o desejo da matriarca dos Bundren, Addie, expressado ao marido Anse antes de morrer: ser enterrada em Jefferson, sua cidade natal, ao lado dos parentes mortos.
De início vemos que a mãe Addie Bundren está morrendo. A família já está pronta para a sua partida, e incomoda-se com o filho Cash preparando o caixão na frente da mãe moribunda, permeando a narrativa de pancadas e ruídos.
É por isso que ele está lá fora, embaixo da janela, martelando e serrando aquele maldito caixão. Onde ela pode vê-lo. Onde todo o ar que ela aspira está impregnado das marteladas e serradas onde ela pode vê-lo dizendo Veja. Veja que beleza o que estou fazendo para a senhora.” (pag. 17).
Mesmo sabendo que a saúde de Addie não está boa. Os filhos, Darl e Jewel, decidem fazer uma entrega para o vizinho, Vernon Tull, em troca de três dólares. Em alguns dias, Addie morre.
Cash com a habilidade de carpinteiro consegue terminar o caixão trabalhando dia e noite sem parar. Dewey Dell, filha de Addie e Anse, sofre por achar que está grávida.

Depois embarcamos numa carroça velha para enterrar Addie, seguindo a estrada sinuosa de uma montanha, pois a família Bundren vive isolada no alto, como se desejassem alguma liberdade que os empurrasse para fora ou além daquela miséria de lugar.
Por que não sou um garoto da cidade, pai? eu disse. Deus me fez. Eu não disse a Deus para me fazer no campo.” (pag. 59).
Deixando ir com o vento as angústias, sofrimentos ou maldição de cada membro da família por ter de cumprir juntos a promessa que o velho Anse Brunden fez a mulher (Addie) no leito de morte.
Personagens
De todos os personagens os que mais me chamaram à atenção na profundidade psicológica foram Darl e o caçula Vardaman. Seus olhares sobre os outros e a vida que levam é cheia de poesia. De uma beleza triste, mas por vezes alegre.
Como o mais belo capítulo do livro em que Vardaman nos diz quem a mãe dele realmente é.
Não darei spoilers, mas trata-se de apenas uma frase numa enorme página em branco.
E para mim como leitor, aconselho que corra logo a livraria ou supermercado mais próximo de sua casa e compre logo a única tradução disponível desse romance para livros de bolso da L&PM.
Porque nele você encontrará a melhor representação da condição humana pelo desejo de viver e alcançar os objetivos diante dos limites/percalços da vida.

Cinema
E também vale a pena conferir a adaptação cinematográfica (As I Lay Dying) dirigida por James Franco em 2013. Já que no livro há várias vozes, o filme de Franco precisou ser adaptado para uma voz (narrador).
É preciso assisti-lo como quem lê o livro, pois não serve como entretenimento, já que há monólogos e fluxos de consciência no filme.
Nota: 5/5
Editora: L&PM, 2009.
Páginas: 220
ISBN: 9788525418524

segunda-feira, março 28, 2016

Foto tirada da janela do ônibus, by Wagner Pontes

Hoje venho relembrar uma foto que tirei da janela de meu ônibus apressado e postei no Instagram com a hastag #dajaneladomeuonibus e que foi divulgada pela autora do projeto artístico que vale muito a pena visitar o blog quanto o @instagram de Isabela Faria que tem como objetivo se apropriar da cidade ao observá-la atrAvés dos transportes públicos. E qualquer pessoa pode participar usando a hastag #dajaneladomeuonibus só pelo INSTAGRAM.

segunda-feira, janeiro 04, 2016

6 Poemas de Wagner Pontes na Revista Germina

[imagem ©sezer kari]


O meu agradecimento a querida Adelaide Do por ter divulgado algo meu, pois agora com orgulho e toda felicidade do mundo posso dizer que também faço parte da família Germina - Revista de Literatura e Arte. Seis poemas de minha autoria que algumas pessoas já conhecem, mas agora sendo divulgadas para quem ainda não leu/sentiu via net, CLIQUE no nome abaixo:






Leia, inspire-se, escreva e visite também outros poetas, contistas, crônicos e afins. Digam-me o que acharam.  :D
Emoticon smile




sábado, janeiro 02, 2016

Desenho estudo de cópia, Autorretrato de Van Gogh

Mais um desenho feito a nanquim 0.4. Tentativa de um autorretrato de Van Gogh.


O livro que ainda não li, Wagner Pontes

Texto Publicado no blog da Revista Plural


Um pensamento passou pela minha mente no momento em que pus os olhos naquela pessoa solitária no fundo do ônibus. Sentada de cabeça baixa, de óculos e vestido florido ela lia um livro, quase devorava. E minha tara de leitor só imaginava ter um pescoço elástico para ver o amigo lido.
Lembro quando ainda criança um amigo de minha mãe nos visitava pelo menos uma vez a cada seis meses, para falar da vida, do trabalho, dos filhos e alguma coisa sobre livros. Minha mãe sempre fora uma ávida leitora.
E à hora mais emocionante, depois de tê-lo conhecido pela primeira vez, era a sua partida. Não porque quisesse vê-lo ir embora o mais rápido possível, mas pelo motivo do qual convidava a mim e meu irmão para irmos ver um tesouro escondido. Ele provavelmente trabalhava como editor, pois ao chegarmos ao seu carro e ao abrir o porta-malas existia lá dentro uma quantidade imensa de livros.
Naquela época para quem ainda mal sabia ler, e se empolgava mais com todo aquele ouro dado e os desenhos divertidos das histórias que soltavam a imaginação. A leitura sempre feita por minha mãe nos levava a um estado catatônico. E dormíamos leves, voando entre sonhos de aventuras.
Por vezes uma vaga lembrança daquele homem passa pela minha memória. A feição de seu sorriso ao entregar-me a chave de um mundo sem volta. Um vírus perigoso, quando tocado eleva o espírito.
E muitas vezes penso no insustentável livro. O livro intocado. O livro ainda não lido de memórias míticas, de algum segredo guardado nas páginas amareladas pelo ato do tempo.
Os personagens não vividos continuam fechados ali entre frases, versos do próprio umbigo. O livro e seu par. O encontro de seu leitor inimigo. O leitor à procura da frase perfeita. A narrativa à espera de ser o livro.

Ainda sonho com esse amigo de real beleza, abstrata, impressa e manuseada. O desejo de ter uma vida eterna como um Drácula maldito a ler todos os clássicos e contemporâneos ainda não lidos.

segunda-feira, setembro 07, 2015

Voltando a desenhar by Wagner Pontes

Amigos, leitores, visitantes talvez não saibam, mas além de escrever me arrisco a desenhar também, e motivado pela criação de personagens ao som de Johann Sebastian Bach que  me proporcionou um alta concentração nos traçados, voltei a desenhar. Há tempos não faço isso, mas resolvi começar pelo autorretrato de Henri Matisse.  

E num é que o resultado saiu legal!! Fiquei impressionado comigo mesmo, não está igual ao desenho do Grande Matisse, mas está com meu próprio estilo. 

Me digam o que acharam, abraço!

Desenho feito com Nanquim 0.2 


Autorretrato de Henry Matisse by Wagner Pontes