domingo, setembro 25, 2011

Cartas a um jovem poeta, por Wagner Bezerra Pontes


RILKE, Rainer Maria. Cartas a um jovem poeta. Tradução de Pedro Süssekind. – Porto Alegre: L&PM Editores, 2011.

René Karl Wilhelm Johann Josef Maria Rilke nascera em Praga, ainda Império Austro-Húngaro, em quatro de Dezembro de 1875. Durante toda infância sofrera conflitos emocionais e traumas que deixaram marcas, uma delas é a de que sua mãe o vestia como menina até os cinco anos de idade para assim compensar a perda de uma filha recém-nascida. Ingressara na carreira militar ainda na juventude, a qual não obtivera sucesso por problemas de saúde. Seu primeiro livro de poemas, Vida e canções, fora publicado no ano de 1894. E no ano seguinte fora aprovada a sua entrada na universidade de Praga, estudando assim literatura, historia da arte e filosofia. Sua primeira e ardente paixão fora a escritora Lou Andréas-Salomé, quem lhe incentivara a trocar o nome René por Rainer.
Grande poeta e filosofo, escrevera vários livros de alta qualidade e engenhosidade, configurando-o assim o seu lugar entre os cânones da literatura universal. Uma das suas características estava em manter uma forma capaz de gerar imagens através das palavras, as quais eram de cunho existencialista instigando ao leitor a um embate e enfrentamento de seus demônios interiores.

Em Cartas a um jovem poeta, considerado um romance epistolar que veio há surgir três anos após a morte de Rilke em 1929, numa simples troca de correspondências com o jovem aspirante a escritor: Franz Xaver Kappus. Pode-se perceber que a essência do livro, composta somente pelas cartas de Rilke, se dá através de sua voz e conhecimento de mundo. Simples conselhos, ‘criticas’ ou melhor, considerações acerca dos textos do jovem aspirante expostos de forma a alertar sobre o mundo das artes, da literatura e o oficio-papel de um poeta-escritor diante de seus desejos, medos, fantasias, sentimentos e até da própria vida. Um livro capaz de emocionar e tirar uma insustentável lágrima dos olhos do mais pesado e vivo ser. Um olhar de luz sobre o mundo do poeta nos é revelado de maneira como quem ‘bate um papo trivial’, numa manhã de sol fria em frente a uma belle et chaud cafè


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