segunda-feira, julho 11, 2011

O que você anda lendo?!


A questão-titulo proposta, aparentemente poderia ser considerada fugaz, não fugaz no stricto sensu, mas algo simplório. Numa 'Era' onde a tecnologia, a informação e a quantidade delas vazam como uma torneira aberta ao encher de água, num ralo pequeno demais e incapaz de 'absorver' o transbordar de uma pia. Esta simples indagação teria seu imenso poder de ação aniquilado. Já que a razão, é estar a par de tudo a todo instante, não seria revelador entender a absurdidade de crescimento superficial de leitores-consumidores, escritores co-re-produtores,"co" no sentido estrito da palavra copy, de linguagens e assuntos marginais. Eis que a internet proporcionaria respostas, valores, questões e produções consideravelmente superficiais. Até esta mesma quem vos fala). Por quê?! Pensemos um instante...

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01 de Dezembro de 2666, num raiar e cantar de galo, o sol estivera extremamente pálido. Virgínia acordara e antes que pudera abrir os olhos, uma leve sensação de formigamento começara do centro de sua cabeça e escorrera pelo seus rosto, braço esquerdo, direito, peito e tomara rapidamente todo o seu corpo. O primeiro gesto. Um grito abafado. Seus pulmões não a correspondiam. Como, em sua mente, uma imensa mão ou um grande abraço, ou um ser extremamente forte e pesado, a sufocava. Que a esta altura, considerara aquele evento absurdamente tirano. A falta de incompreensão da incontestável leveza errática a paralisava, de modo que pudera sentir uma mescla, uma simbiose de excitação repugnante. Pois, tal ato de incapacidade na movimentação de um só músculo corporal, a deixara perplexamente atônita e satisfeita, mesmo não podendo ver razoável explicação para o acontecimento daquela manhã. Um esforço, uma batalha podendo chamar de  linha de um precipício tremendamente inumano, fizera dela um vegetal, um lixo orgânico e tal ideia perpassara por sua mente, de que permanecer ali por incontatáveis dias, semanas, meses ou anos até sua maquiavélica decomposição, não lhe agradava muito. Decidiu de todas as formas combater o quer que foste aquela    maldita inanição. Primeiramente tentara respirar, já que seus pulmões devagorosamente respondiam a seus chamados e enfraqueciam mais a cada minuto passado. Temia  também que sua mente começara a lhe pregar peças pela falta de oxigenação. Porque no canto esquerdo do quarto, o qual  seu corpo e cabeça pendiam, pudera observar nebulosamente sua estante de livros vazia, algo que de súbito a perturbaria, mas dada a situação não importava muito. Tentara novamente gritar, mas seu esforço fora em vão. Decidiu de um jeito ou de outro se balançar e pode perceber que mesmo não tendo controle total sobre seu corpo um pequeno movimento qualquer poderia ser realizado. Balançando-se de uma lado a outro pudera se jogar do alto da cama e conseguira arrebentar seu lábio inferior ao cair no chão negro e frio do quadrado... 

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O que será de nós, se o absurdo "mito" da superficialidade sobreviver?!... ?!...

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