quarta-feira, janeiro 07, 2015

Quotidiário por Wagner Bezerra

Unknow

Segunda-feira

Acordo do sono que não tive. São 8 da manhã, e lembrei do encontro marcado com duas amigas. Paixões do destino.

12h13 min.
O telefone toca. Me arrumo e corro pra não perder o ônibus. Não olho nos olhos e nem pr'aqueles seios enormes que passaram bronzeados e lindos por mim. 

17h 
O dia não terminou, e sinto que ele foi bom. Sorte ter achado a bermuda que tanto precisava. Vinho tinto é a cor que mais embaça o meu espírito. Conversas e desejos, uma paixão protuberante daquele teu seio. 

Um sufoco de abraço que me engasga. Sinto que me amara, ama.



Terça-feira

Tenho acordado tarde, dormido tarde. Por vezes a leitura flui e sinto que algo está pra nascer. São 11h30 da manhã.

12h
Saio com um vazio no estômago do peito. Na parada de ônibus vejo que mundos estão desertos em seios. Desta vez olho em seus olhos, acaso não sei, mas nos encontramos mais uma vez, olho aqueles lindos e bronzeados seios. Dois sorrisos dançam no ar.

12h45
Ela tinha cabelos negros, vestida de preto e bolsa vermelha desce, longe, do ônibus. De olhar melancólico encontra o meu. Para ao meu lado hesitante, e espera. O quê?! Eu não sei... Penso que talvez tenha notado meu grito desesperado. Ela não me olha, eu a olho como se esperasse uma resposta. Ela também espera, duvida. Dá dois passos a frente, mas insisto em só observar. Ela hesita, se aproxima, e três segundos depois se vai hesitante no andar negro e desesperado por um amor, um olhar.

17h
Tenho um pesadelo. Sonho que ando por uma rua escura e deserta. Cheia de árvores e por trás delas, prostitutas com seus clientes se pegam, enquanto fantasmas de bicicletas passam por mim. Não tenho medo, apenas sigo. Mais uns passos e olho pra o lado esquerdo vejo barracas mal iluminadas de tons amarelos e sigo. No contorno de uma esquina em cima de uma caixa de madeira improvisada como palco se exibe uma garotinha gorda de calcinha verde e de seios pequenos mas arrebitados. Em sua frente seu pai mais gordo e de purulento suor, a observa comiserado abanando o dinheiro enquanto os maus olhos dos velhacos riem e se excitam ao seu lado.
Neste momento algo sai de minha língua. Puxo um galho de árvore seco, mais outro. Um incômodo arranha meu palato. Cutuco com minha unha o fundo de minha língua aquilo tão abstrato e profundo. Puxo uma agulha e linha quentes sem fim. Acordo sobressalto.


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