terça-feira, maio 07, 2013

Conversas Hermannianas sob o sol da estepe, por Wagner Bezerra

IMAGE By Nego Miranda
Conversas Hermannianas sob o sol da estepe by Wagner Bezerra Pontes


A vida é um mar e eu um barco maresiado. Acordei sob o peso de elevar minhas pernas por causa de um sentimento abstrato. Enquanto decidi me vestir e sair só, o sol ardia sem fazer as pestanas cerrarem amarguradas. Regras de todos os dias. Caminho sem pressa, sem desejo e vejo minha restia seguir a frente de meus presságios. Cada um que passa por mim. 

Aspiração. Transpiração um retrato. A senhora a carregar setenta tempos num respirar fragilmente assaltado. O cachorro a transpirar sob os aspectos de uma putrefação. O homem de rosto ovalado, bigode e cabelos ralos consome o dia com os olhos afogados. O dia se alimenta das esperanças, sonhos, medos, tristezas, alegrias e ninguém sabera ao certo quando chegará e quem ele é. Mas se vive, e nas cirunstâncias de que o silêncio não os acorde do mais leve pesadelo. Assim mantêm as mais ínfimas conversações, as mais pérfidas reflexões, sob as horas o sol o ar o correr do sangue por entre as veias. Movêm-se sem ritmos, enérgicos, abastados pelas estradas sem pistas escritórios, comércios, fábricas...

Onde estão as forças das máquinas embevecidas no caos da fina linha?! Na mais tênue e opaca fresta do dia?!... Uma vida que permeia na linha da continuidade eterna, o mesmo fluxo errante que nos observa. Nos cega e sem visa sobre a desesperada e solitária estupidez humana, encontro protegido sob os braços de uma árvore ao cruzar a ponte Nassau, o lobo, que com verocidade come a própria cauda e uiva diante da vil paixão animal:
"E têm razão, muitíssima razão, os homens que assim vivem, que se divertem com seus brinquedinhos, que correm atrás de seus assuntos, em vez de se oporem à mecânica aflitiva e olharem desesperados o vazio, como faço eu, homem marginalizado que sou.”

Numa expiração cerrara meus olhos, na tentativa de retornar ao ponto contínuo da eterna paixão, mas nada acontecera ao ver que ela já consumira toda minha ação e o que nos permeia...


9 comentários:

Daniele Cristinah disse...

Adorei o texto e amei passar por aqui :)
Abraços e sucesso com as palavras!

Wagner Bezerra disse...

Olá Daniele, fico feliz que tenhas gostado! É sempre bom ler criticas e elogios,obrigado mais uma vez!


Abraço! :)

Cainã Ito disse...

Wagner que lindo seu texto cara.
Essa parte " A senhora a carregar setenta tempos num respirar fragilmente assaltado" Sensacional!
Parabéns pela crônica. E parabéns pelo rico vocabulário.

http://pequenomatuto.blogspot.com.br/

Wagner Bezerra disse...

Oi Cainã(que nome Massa! =D), eu que agradeço você ter perdido um pouco de seu tempo lendo algumas palavras minha e fico feliz que tenhas gostado! Sempre fico sem palavras sobre o que dizer quando recebo elogios..rsrs xD

VoltarEI a escrever o blog está meio parado, né?!...rsrs

Abração!

ESCRITOR SÁLVIO SÉRGIO disse...

Gostei e sigo o seu blog.
Passe pelo meu e dê a sua opinião. Será uma honra.
Sálvio Sérgio
http://salviosergiocampos.blogspot.com.br/

Devaneio Subterrâneo disse...

Muito bom o seu blog, não consigo parar de ler!!! Parabéns! Vc poderia ler o meu blog? Comecei ele a pouco tempo. Obrigada!

Wagner Bezerra disse...

Olá Sérgio e a srta. do Devaneio fico feliz q tenham gostado do blog! Está um pouco parado por causa das atribulações da vida adulta..rsrs, mas tentarei voltar a escrever :)

Ps.: Visitarei seus blogs!

Abração! :D

Devaneio Subterrâneo disse...

Sem problemas, vale a pena esperar pelas suas publicações.

Devaneio Subterrâneo disse...

Sem problemas, vale a pena esperar pelas suas publicações.