O dia fluíra numa alga marinha solta e perdida sob as ondas do mar. E toda aquela existência salobre dos arrecifes brilhara nas retinas a lembrança de um vaso e sua flor esquecidas no fundo do jardim de uma casa solitária. A qual buscava com toda delicadeza a retirada de sua poeira existencialmente marginal, no intuito de resplandecer o ar mais puro a aquela humilde e amaldiçoada princesa.
Uma gata caçava um pequeno rato, o qual desobedecera às regras de seu submundo. A prole felina dormia tranquila sob uma caixa de papelão travestida de veludo. E enquanto observava o silêncio da estrada, dos carros, das arvores, do chão e do vento. Um sussurro, quem dera, pudera invadir seu pensamento: 'Te quero!' Mas os olhos cada vez mais fatigados de cansaço e solidão, perguntariam de onde viera toda aquela ação. E num expirar de sua mão, descansara o lápis sob a mesa, ao brotar uma deliciosa e insustentável leveza:
'Não, ela nascera como o primeiro raio de sol de uma manhã indecifrável aos olhos de uma criança abandonada, teimando ter forças para queimar seu coração petrificado. Diante das consequências camusianas que sofrera, e de toda aquela sua imensidão estrangeira. Não pudera ver mais, respirar mais, sentir mais. E como uma rocha que fizera de seu ar, o seu relicário. Decidira correr ao ver a última fração de moléculas e cristais suspensos, subira as escadas do infinito para tentar vencer a tempestade que teimava transbordar do copo de sua alma-inimigo...'
2 comentários:
-Me gustó... mas 'A boca fala do que ocoração está cheio'.
E ás vezes a boca fala coisas que nem o coração entende...
Abraço!
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