sexta-feira, setembro 28, 2007

Porca Miséria!

Porca Miséria!
SONETO DO ESQUARTEJAMENTO COLETIVO [1591]
Se foi o João Hélio espostejado
em vida pelo carro, que diria
eu do que aconteceu no malfadado
roteiro dos Mamonas outro dia?
Na mata só restou, por todo lado,
pedaço, naco frito ou cru,
fatia de gente ao molho pardo!
Foi achado um pé calçando tênis! Qual seria?
Depois, o Jabaquara... Agora, um novo...
E cada vez aumenta mais o povo
trinchado, mutilado, calcinado...
Relembro Tiradentes, cujas postas
em público e na história estão expostas,
a fim de que o martírio seja um brado...
Glauco Mattoso é poeta, letrista e ensaísta.

Nenhum comentário: